sábado, 10 de setembro de 2011

Mais diferenças liguísticas

Sempre aprendi nos cursos de inglês no Brasil que cinema (sala de exibição) em inglês também era cinema.

Quando morei nos Estados Unidos e depois no Canadá se dissesse going to the cinema, ninguém entendia. O certo era going to the theater ou movie theater. Até nos cartazes dos filmes dizia theaters.

Mas aqui em Londres é exatamente como aprendi. Aqui você diz going to the cinema. E os cartazes dizem cinema também.

Ao mesmo tempo a gente aprende palavras no Brasil que parecem inglesas, porque são, mas aqui não fazem sentido.

Tenta falar pen drive para alguém. Niguém sabe o que é isso. Na verdade, porque a gente chama pen drive de pen drive?

Agora se você disser USB device, USB flash drive, USB drive ou USB qualquer coisa, aí passa a fazer sentido.

Do mesmo jeito, quando você quer fazer a inauguração da sua casa chamando os amigos para visitar, no Brasil é um open house. Aqui open house é quando os agentes imobiliários abrem a casa para visitação de possíveis compradores. Open house aqui é warm house.

Pelo menos estando na Inglaterra posso parar de chamar futebol de soccer!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Longe demais de tudo

As distâncias em Londres às vezes incomodam bastante. Você leva muito tempo para chegar de um ponto ao outro e o tráfego não ajuda muito.

Moramos perto de Greenwich, parte leste da cidade. Não tem a agitação londrina de perto do centro, mas para morar é bem mais calmo. E é perto do trabalho.

Para ir ao centro, onde as atrações turísticas estão, demora de 20 a 40 minutos de metrô. Depende extamente onde é o ponto final e quantas trocas de linhas do metrô.

A cidade tem metrô para todo lado. Facilita bastante a vida. É normal você sair e trocar duas vezes de linha para chegar onde quer.


Para quem está acostumado com as duas linhas do Rio ou de Vancouver, esse mapa aí pode parecer um bicho papão. Mas depois de começar a andar por aqui, fica tudo mais fácil.

Outro dia fomos a uma festa na casa de amigos perto de Earls Court, que segundo o google maps fica a uns 16km de casa. Fomos pelo caminho de metrô que parecia mais simples. Mas às vezes nos fins de semana algumas estações ficam fechadas. Quando fomos trocar de linha, a outra linha estava fechada.

Respira fundo. Olha o mapa. Quais as opções? Provavelmente meia hora a mais de viagem. Demoramos no final das contas mais de uma hora. Mas a lição aprendida foi de sempre olhar o site do transporte londrino antes de sair de casa.

Aí na volta foi uma outra epopéia. O metrô já estava fechado. Pegamos o ônibus até Trafalgar Square. Simples, mas demorado. Tem trânsito até depois de meia noite nessa cidade! E aí descemos para trocar de ônibus.

Foi difícil achar o ponto certo. Ficamos rodando e rodando até achar.

Quando fomos passar por Canary Wharf, estavam gravando um filme nas ruas. Então o ônibus teve que dar uma volta ainda maior.  Resultado: saímos da festa um pouco antes de uma da manhã. Chegamos em casa depois das três...

Os aeroportos também são muito longe. O táxi para Heathrow chega facilmente aos 90 pounds (passa dependendo do trânsito) e leva pelo menos uma hora e meia de viagem. A distância até aqui em casa é de 37km.

Fizemos uma viagem fim de semana passado e na volta resolvemos testar o metrô. Duas trocas de linha. Uma hora e vinte de viagem. Nossa bagagem eram só duas mochilas.

Chegamos mais rápido do que se pegássemos um táxi e gastanto muito, muito menos. 

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Virei sócio da BBC

Londres, como toda as cidades, tem suas peculiaridades. O ruim é quando essas peculiaridades batem no seu bolso.

Chegamos no apartamento alugado, que é mobiliado, e não tinha TV. Comecei a pesquisar qual seriam as melhores opções para TV e internet. Descobri que aqui tem alguns canais abertos que eles chamam de Freeview. Talvez fosse a melhor opção inicial de gastar menos dinheiro.
 
No primeiro dia morando no novo apartamento recebemos uma carta endereçada ao ocupante. Abri. A carta dizia que se eu quisesse ter uma televisão no apartamento teria que pagar uma licença. Como assim!?

Pesquisei o que era. A BBC não tem anúncios comerciais. Então todos que querem ter uma televisão têm que pagar uma taxa anual de 145 libras para financiar a BBC.

Basicamente significa que o tal do Freeview não é tão free assim.

Menos de uma semana depois recebemos outra carta ameaçando que se não pagássemos a taxa seríamos multados. Duas semanas depois de comprar o aparelho, chegou uma carta dizendo que a loja enviou para o governo a informação de que eu tinha comprado uma TV para pagar logo a licença.

Tudo bem, já tinha pago no dia que comprei o aparelho. E então posso dizer que sou sócio e que financio a BBC.

O problema é que eles não me consultaram quando tomaram a decisão de no ano que vem não transmitir todas as corridas de Formula Um. Para cortar gastos preferiram manter a transmissão de Wimbledon às corridas. 

 

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

E as Olímpiadas, José?

Não dá para falar de Londres sem citar as Olímpiadas. Até porque é o motivo de estarmos por aqui.

E a cidade está bem adiantada nos preparativos. Quase todos os estádios estão prontos e vários eventos testes estão sendo realizados. Já teve triatlon, hipismo, vôlei, vôlei de praia, ciclismo, basquete. 

O dia 27 de julho foi o marco de um ano para a cerimônia de abertura. As TVs, principalmente a BBC que é a TV oficial aqui, não se cansaram de fazer matérias sobre a preparação da cidade. Assisti a um especial de uma hora muito bom sobre a construção do Parque Olímpico em Stratford.

Stratford fica na parte Leste da cidade e era uma área bem abandonada. Alguns anos atrás existiam algumas indústrias que deixaram uma herança da poluição e de ruínas. 

Eles despoluiram o local, incluindo a descontaminação química do solo, e contruíram o Parque Olímpico que inclui a Vila Olímpica, o Estádio Olímpico, a central da mídia, o parque aquático, o velódromo, a pista de BMX, estádios de handball, basquete, hóquei e waterpólo (acho que não esqueci nenhum esporte). 

Mas voltando ao marco do um ano, também mostraram várias vezes o momento em que o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, anunciou que Londres seria a sede de 2012.

A concentração das pessoas com um telão mostrando o anúncio foi na Trafalgar Square. E a comemoração da data de um ano para os Jogos foi lá também.

Fui lá e foi bem legal.


A contagem regressiva marcando 1 ano
Palco das solenidades

Mais comemoração







sábado, 20 de agosto de 2011

Andanças londrinas

Nesse primeiro mês, já pudemos andar um pouco pela cidade. Então aí vão umas fotos dessas andanças.


Tower Bridge atrás da gente

Buckingham Palace

London Eye com Big Ben ao fundo
 
Big Ben


Vista do Greenwich Park, meridiano zero

Por falar em visitar os pontos turísticos, fui ontem pela segunda vez ao British Museum. É um dos museus que não cobram entrada. São esses os primeiros a serem visitados.

O British Museum é bem grande, por isso dois dias de visita. Eles têm muita coisa do Egito, muita coisa da Grécia, dos Assírios e vários outros povos. Mas principalmente desses três, é realmente muita coisa.

Vale muito a pena visitar o museu.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Isso é inglês!?

A maior surpresa ao chegar em Londres foi me dar conta de que não entendia metade do que as pessoas falavam. Ué, eles não falam inglês?

Pois é. Falam. Mas estava acostumado ao inglês norte-americano por ter morado no Canadá e porque também a maior parte do que chega ao Brasil vem nos Estados Unidos.

Quando ouvi o primeiro inglês falando comigo, o taxista, só conseguia entender a metade. Hoje já não sei dizer se o sotaque dele era muito pesado ou se foi só meu primeiro contato com a língua.

Mesmo assim tentei puxar assunto com o taxista. Acontece que só conseguia entender a metade do que ele falava...

Mas foi só um primeiro momento. Depois me acostumei com o sotaque. Quer dizer, se aparece um escocês com sotaque carregado fica difícil!

É muito engraçado como algumas palavras soam tão diferente com o sotaque daqui. Quase sempre no metrô, rio por dentro com o sotaque da voz feminina que vem pelos auto-falantes.

Por falar em metrô, aqui não é subway. Subway é passagem subterrânea. Metrô é underground ou tube.

Outro dia passei em uma lavanderia para perguntar quanto seria lavar uma calça.

How much to dryclean pants?
We don't do that.

Como assim não lavam calças numa lavanderia!? Demorou um tempo para eu e a mulher nos entendermos. Calças aqui são trousers. Pants soa como panties (roupas íntimas).

domingo, 14 de agosto de 2011

O primeiro olhar

A primeira impressão de Londres foi a lembrança de algo que tinha esquecido, o trânsito pesado.

Estava vindo de Vancouver, uma cidade não muito grande, apesar de a terceira maior do Canadá, com menos de 1 milhão de habitantes. Lá as ruas são quase sempre largas, com muito espaço entre os prédios e muito verde.

Londres é uma cidade grande com mais de 8 milhões de habitantes. Não há muito espaço. E o verde, pelo menos comparado a Vancouver, é quase nada. A parte do trânsito e do pouco espaço não é uma grande novidade para quem já morou no Rio.

Mas vindo de Vancouver, foi um grande primeiro baque. Levei uma hora e meia do aeroporo, Heathrow, até o hotel no centro da cidade.

O segundo grande baque é o dólar canadense ser transformado em Libras. Todo o dinheiro trazido se reduziu em quase a metade. E pagar quase 100 pounds para o taxi não ajuda muito.

O terceiro grande baque é a vida cultural. Muitos museus de primeira classe. Muitos shows, musicais e teatro. Coisas que Vancouver nem se compara. Então troca-se a qualidade de uma vida calma e cercada da natureza por uma qualidade de vida social e cultural.