terça-feira, 30 de agosto de 2011

Virei sócio da BBC

Londres, como toda as cidades, tem suas peculiaridades. O ruim é quando essas peculiaridades batem no seu bolso.

Chegamos no apartamento alugado, que é mobiliado, e não tinha TV. Comecei a pesquisar qual seriam as melhores opções para TV e internet. Descobri que aqui tem alguns canais abertos que eles chamam de Freeview. Talvez fosse a melhor opção inicial de gastar menos dinheiro.
 
No primeiro dia morando no novo apartamento recebemos uma carta endereçada ao ocupante. Abri. A carta dizia que se eu quisesse ter uma televisão no apartamento teria que pagar uma licença. Como assim!?

Pesquisei o que era. A BBC não tem anúncios comerciais. Então todos que querem ter uma televisão têm que pagar uma taxa anual de 145 libras para financiar a BBC.

Basicamente significa que o tal do Freeview não é tão free assim.

Menos de uma semana depois recebemos outra carta ameaçando que se não pagássemos a taxa seríamos multados. Duas semanas depois de comprar o aparelho, chegou uma carta dizendo que a loja enviou para o governo a informação de que eu tinha comprado uma TV para pagar logo a licença.

Tudo bem, já tinha pago no dia que comprei o aparelho. E então posso dizer que sou sócio e que financio a BBC.

O problema é que eles não me consultaram quando tomaram a decisão de no ano que vem não transmitir todas as corridas de Formula Um. Para cortar gastos preferiram manter a transmissão de Wimbledon às corridas. 

 

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

E as Olímpiadas, José?

Não dá para falar de Londres sem citar as Olímpiadas. Até porque é o motivo de estarmos por aqui.

E a cidade está bem adiantada nos preparativos. Quase todos os estádios estão prontos e vários eventos testes estão sendo realizados. Já teve triatlon, hipismo, vôlei, vôlei de praia, ciclismo, basquete. 

O dia 27 de julho foi o marco de um ano para a cerimônia de abertura. As TVs, principalmente a BBC que é a TV oficial aqui, não se cansaram de fazer matérias sobre a preparação da cidade. Assisti a um especial de uma hora muito bom sobre a construção do Parque Olímpico em Stratford.

Stratford fica na parte Leste da cidade e era uma área bem abandonada. Alguns anos atrás existiam algumas indústrias que deixaram uma herança da poluição e de ruínas. 

Eles despoluiram o local, incluindo a descontaminação química do solo, e contruíram o Parque Olímpico que inclui a Vila Olímpica, o Estádio Olímpico, a central da mídia, o parque aquático, o velódromo, a pista de BMX, estádios de handball, basquete, hóquei e waterpólo (acho que não esqueci nenhum esporte). 

Mas voltando ao marco do um ano, também mostraram várias vezes o momento em que o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, anunciou que Londres seria a sede de 2012.

A concentração das pessoas com um telão mostrando o anúncio foi na Trafalgar Square. E a comemoração da data de um ano para os Jogos foi lá também.

Fui lá e foi bem legal.


A contagem regressiva marcando 1 ano
Palco das solenidades

Mais comemoração







sábado, 20 de agosto de 2011

Andanças londrinas

Nesse primeiro mês, já pudemos andar um pouco pela cidade. Então aí vão umas fotos dessas andanças.


Tower Bridge atrás da gente

Buckingham Palace

London Eye com Big Ben ao fundo
 
Big Ben


Vista do Greenwich Park, meridiano zero

Por falar em visitar os pontos turísticos, fui ontem pela segunda vez ao British Museum. É um dos museus que não cobram entrada. São esses os primeiros a serem visitados.

O British Museum é bem grande, por isso dois dias de visita. Eles têm muita coisa do Egito, muita coisa da Grécia, dos Assírios e vários outros povos. Mas principalmente desses três, é realmente muita coisa.

Vale muito a pena visitar o museu.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Isso é inglês!?

A maior surpresa ao chegar em Londres foi me dar conta de que não entendia metade do que as pessoas falavam. Ué, eles não falam inglês?

Pois é. Falam. Mas estava acostumado ao inglês norte-americano por ter morado no Canadá e porque também a maior parte do que chega ao Brasil vem nos Estados Unidos.

Quando ouvi o primeiro inglês falando comigo, o taxista, só conseguia entender a metade. Hoje já não sei dizer se o sotaque dele era muito pesado ou se foi só meu primeiro contato com a língua.

Mesmo assim tentei puxar assunto com o taxista. Acontece que só conseguia entender a metade do que ele falava...

Mas foi só um primeiro momento. Depois me acostumei com o sotaque. Quer dizer, se aparece um escocês com sotaque carregado fica difícil!

É muito engraçado como algumas palavras soam tão diferente com o sotaque daqui. Quase sempre no metrô, rio por dentro com o sotaque da voz feminina que vem pelos auto-falantes.

Por falar em metrô, aqui não é subway. Subway é passagem subterrânea. Metrô é underground ou tube.

Outro dia passei em uma lavanderia para perguntar quanto seria lavar uma calça.

How much to dryclean pants?
We don't do that.

Como assim não lavam calças numa lavanderia!? Demorou um tempo para eu e a mulher nos entendermos. Calças aqui são trousers. Pants soa como panties (roupas íntimas).

domingo, 14 de agosto de 2011

O primeiro olhar

A primeira impressão de Londres foi a lembrança de algo que tinha esquecido, o trânsito pesado.

Estava vindo de Vancouver, uma cidade não muito grande, apesar de a terceira maior do Canadá, com menos de 1 milhão de habitantes. Lá as ruas são quase sempre largas, com muito espaço entre os prédios e muito verde.

Londres é uma cidade grande com mais de 8 milhões de habitantes. Não há muito espaço. E o verde, pelo menos comparado a Vancouver, é quase nada. A parte do trânsito e do pouco espaço não é uma grande novidade para quem já morou no Rio.

Mas vindo de Vancouver, foi um grande primeiro baque. Levei uma hora e meia do aeroporo, Heathrow, até o hotel no centro da cidade.

O segundo grande baque é o dólar canadense ser transformado em Libras. Todo o dinheiro trazido se reduziu em quase a metade. E pagar quase 100 pounds para o taxi não ajuda muito.

O terceiro grande baque é a vida cultural. Muitos museus de primeira classe. Muitos shows, musicais e teatro. Coisas que Vancouver nem se compara. Então troca-se a qualidade de uma vida calma e cercada da natureza por uma qualidade de vida social e cultural.

De onde viemos, para onde vamos

Somos dois brasileiros que moravam no Rio de Janeiro até 27 de fevereiro de 2009. Foi então que nos mudamos para Vancouver, onde vivemos por dois anos e meio.

Fomos para o Canadá com a idéia de morarmos lá um bom tempo, ou quem sabe para sempre. Mas como para sempre, sempre acaba, acabamos nos mudando em julho de 2011 para Londres.

Porque Londres? Porque a rainha nos convocou, já que ela continua também sendo a rainha do Canadá.

Ou se preferir, porque recebemos proposta para trabalhar nas Olimpíadas. Trabalhamos nos Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver e acabou que foi um passo natural...

Agora aqui estamos, no Velho Mundo.

Para onde vamos? Não faço idéia!

Se quiser ler sobre nossa aventura no hemisfério norte do Novo Mundo, visite o blog Direto de Vancouver.